Henrique Araújo Torreira de Mattos.
Advogado
formado pela PUC/SP. Mestre em Direito das Relações Econômicas Internacionais
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Pós graduado em Direto
Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Direito
Internacional Público e Privado pela Hague Academy of International Law em
Haia/Holanda. MBA pela Fundação Dom Cabral. Coordenador e Professor no curso de
pós-graduação latu sensu em Direito Internacional da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (COGEAE) e Colaborador da ODIPP (Oficina de Direito
Internacional Público e Privado). Professor de Direito Empresarial na ESEG
(Escola Superior de Engenharia e Gestão).
Recentemente me chamou a atenção um
estudo que fiz sobre a perspectiva do mutualismo nas empresas ao ler partes do livro
intitulado Capitalism Beyond Mutuality?,
escrito pelo professor Subramanian Rangan do INSEAD que traz uma visão integradora entre
a Filosofia e Ciências Sociais, no sentido de trazer à tona a discussão de que embora
a humanidade tenha se desenvolvido desde a antiguidade por meio da descoberta de
novas tecnologias ou mesmo ampliado seu acesso ou percepção do conhecimento em
geral para construir a sociedade onde vivemos, a busca pelo equilíbrio para o
desenvolvimento em todos áreas, bem como a diminuição da taxa entre pobres e
ricos para alcançar um bem-estar comum ainda estão na agenda da comunidade
internacional, pois o capitalismo também mostrou que sua sustentabilidade é
administrável ou aceitável de acordo com circunstâncias específicas alinhadas
com os poderes postes e existentes em determinado momento da história.
Esse entendimento reflete pensamentos
trazidos por Adam Smith que é considerado o pai do capitalismo e escreveu “A
Riqueza das Nações” apresentando sua teoria da vantagem absoluta que reflete a capacidade
de produzir ainda mais.
A busca pelo desenvolvimento da
sociedade se baseia na justiça, no bem-estar e na abrangência de nossa
humanidade. De acordo com o professor Rangan, a humanidade evoluiu uma vez que
“está melhor hoje em várias frentes, incluindo expectativa de vida, renda média
e conhecimento permitido pela tecnologia, ao mesmo tempo que também
possibilitou conflitos. No entanto, é difícil negar que a demanda por lucro
produziu desempenho, mas nem sempre progresso. A demanda por justiça produziu
regulamentação, mas nem sempre justiça. A demanda por segurança econômica
produziu um estado de bem-estar, mas não segurança econômica. A demanda por
conservação gerou conversas, deixando os cientistas preocupados com o
"colapso". Além disso, a expectativa de vida parece ter superado as
expectativas de vida, fazendo com que o conceito de sustentabilidade deva ser
considerado sob perspectivas ainda mais elevadas.
Considerando os aspectos acima descrito,
podemos assumir que houve melhorias ou apenas uma acomodação administrada dos
fatos ou sentidos para tornar a economia, as relações, incluindo as
internacionais, ou a própria vida, mais toleráveis. Em todo caso, é fato que a
tecnologia está permitindo um amplo acesso e democratização da educação, ao estreitamento
das relações privadas e públicas entre as diversas nacionalidades, dentre
outros fatores que corroboram a globalização para permitir que a sociedade
avance para o próximo patamar de evolução.
A ideia de mutualidade ou mutualismo trazida
pelo professor Rangan aplica-se ao liberalismo empresarial num primeiro
momento, mas ao observar sob a perspectivas das soberanias traz uma perspectiva
sobre o conceito de Estado justo para incorporar uma democracia sustentável
onde a política e a economia se baseiam no intercâmbio dos benefícios criados
pela interdependência humana natural baseada na cooperação mútua para alcançar
os objetivos da humanidade. A mudança de mentalidade moral na sociedade que
conduz a mudança nas empresas, na sociedade civil internacional, na sociedade
internacional e vice-versa, é a chave para tornar isso possível de forma
pragmática. Portanto, esta mudança de mentalidade deve ser uma questão de
atitude social que conduz a cooperação social moral onde a propriedade embora
tenha sua importância deve ser usada para aumentar bons valores e
comportamentos a fim de atender à justiça, bem-estar e um escopo expandido de
humanidade nos negócios para o bem comum.
Nesse sentido, o estado e a sociedade
em geral devem evitar a dependência do poder de regulação do mercado, mas
originalmente devem educar o mercado de forma a obter os resultados desejáveis.
Como consequência, os negócios devem destacar os ideais morais da economia
liberal e o raciocínio pode informar e influenciar os interesses de uma forma
sistêmica para possibilitar uma melhor autogovernança de um agente imparcial
para governar com integridade.
Portanto, a educação do mercado de
maneira democrática, por meio do convencimento geral e pragmatismo é o fato
principal nesta equação, de modo a desafiar o status quo do que hoje praticamos como desenvolvimento, a fim de
fazer as pessoas pensarem sobre valores e comportamentos e não apenas fornecer
ideias conflitantes sem qualquer sentido prático.
Bibliografia:
RANGAN, Subramanian. “Capitalism Beyond Mutualism? Perpectives integrating Philosophy and
Social Sciences”. Oxford University Press;
Smith,
Adam. “A Riqueza das Nações”. Editora Juruá.
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