Por Carlos Roberto Husek – professor de Direito Internacional
da PUC/SP e um dos coordenadores da ODIP – Oficina de Direito Internacional
Público e Privado.
- É possível ainda um golpe contra a Democracia, escudado por agentes do Governo, contribuindo com paralisações criminosas, que não querem reconhecer o resultado das eleições? Temos um sistema jurídico que deve ser obedecido?
- Civilizada
e democraticamente, o Presidente eleito foi cumprimentado, em tempo recorde,
pela maioria dos governantes do mundo, da esquerda e da direita, o que é
próprio de estadistas e da praxe diplomática internacional. Obedecemos aos
princípios da Diplomacia?
- Ainda
perduram os golpistas, alimentados pela omissão do Presidente em exercício, ou
por sua conivência aos atos contrários à ordem jurídica. Onde estão as quatro
linhas da Constituição Federal?
- O
derrotado de hoje – se inteligente – poderia vir a ser o vitorioso de amanhã. A
Política se constrói com inteligência e não com bravatas.
- O povo brasileiro – não importa o voto –
concorda com isso: só vale a eleição se o meu candidato vencer?
- E
o que dizer do bloqueio das estradas? Se outro fosse o resultado das eleições e
os apoiadores do perdedor fizessem tais mesmos atos, haveria correção e
democracia?
- Sair
em plena cidade de armas em punho perseguindo um negro, é isto pauta
democrática?
- O
Ministro da Justiça, embora deva a ter a confiança do Chefe de Estado, deve
interferir na organização administrativa do Estado para beneficiar quem está no
Poder, contrariando a Constituição Federal?
Mas vamos ao que interessa para o
futuro próximo:
a) O meio ambiente agora pode respirar.
Não mais devemos ter a devastação da Amazônia, o cortar árvores e atacar povos
indígenas, apesar do ex-ministro do meio ambiente, contrário à flora e à fauna,
ter sido eleito para o Congresso.
b) Os Direitos Humanos, espera-se,
serão, com este novo governo, respeitados, apesar da ex-ministra dos direitos
Humanos, que os contrariava a cada passo, ter sido eleita para o Congresso
Nacional.
c) Não mais deverá haver descaso com a
saúde – espera-se –, com atos governamentais que contrariem as medidas
sanitárias determinadas pela ciência, no mundo inteiro, e pela OMS (com
administração de panaceias, para combater a COVID: que interesses estavam por
trás dessa atitude?), apesar do general, ex-ministro da saúde – que teve como
ato mais importante de sua gestão a frase: “manda quem pode e obedece quem
tem juízo – o Presidente fala e eu obedeço.”, ter sido eleito para o
Congresso Nacional.
d) Espera-se não mais desestruturação da Justiça
e desrespeito ao Poder Judiciário.
e) Espera-se não mais a deseducação dos
Ministros da Educação (currículos falsos, promoção de negociatas, desrespeito
às instituições).
f) Espera-se não mais a loucura das
armas e do poder bélico contra os que pensam diferentes.
Dúvida:
É possível que pessoas que estudam ou estudaram, hoje, com
menos de 50 anos, pensem em comprar armas e sair atirando, como adolescentes
contrariados. A Política necessita de inteligência para a conquista do Poder por
determinado partido e determinada visão social, e não de moleques briguentos
vociferando contra as eleições.
A Direita está acéfala. Pode-se não querer o domínio de um
pensamento da Esquerda, mas seria necessário um contraponto; de uma concepção que
poder-se-ia ser chamada da Direita, articulado, inteligente, cônscia das regras
e dos princípios da ordem jurídica e não de vazios argumentativos. A chamada
Direita – tão proclamada por membros do Governo – está necrosada pela
incompetência de seus “líderes”. E depois, convenhamos, não há esquerda no país
e sim bolsonaristas e antipetistas. Aí está a pobreza das nossas ideias
Lula, efetivamente, terá muitos problemas, porque terá que
dialogar, negociar, raciocinar, com pessoas que não são afetas ao diálogo, ao
raciocínio e à negociação.
O povo merece respeito.
As instituições merecem respeito.
A Constituição Federal merece
respeito
O pavilhão nacional merece respeito.
Que o Deus das religiões oficiais e
oficiosas nos protejam da sana dos fronteiriços!
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