China e Japão retomaram relações diplomáticas
apenas em 1972, mas vivem relações conturbadas. Na parte econômica, ambos são
grandes parceiros comerciais, figurando sempre como os primeiros países na
lista de exportadores e importadores um para o outro.
Na diplomacia, porém, o mesmo entrosamento
não existe. Os problemas envolvendo as ilhas (nomeadas Senkaku pelos japoneses
e Diaoyu pela China) já existia, mas os países haviam acordado deixar uma
definição do território para o futuro.
No entanto, o governador de Tóquio, da direita ultranacionalista, recentemente ameaçou adquirir as ilhas, até então propriedade privada mas administradas por Tóquio. Isso fez com que o governo japonês acabasse por se adiantar e adquirir a área, mas a China entendeu este como um gesto contrário à não intervenção na área e sua diplomacia tem classificado o incidente como o pior momento das relações bilaterais desde a retomada de 1972.
Os problemas entre Japão e China ainda passam
pela questão de Taiwan, o assento no Conselho de Segurança da ONU e, inclusive,
pela forma de reconhecimento histórico de diversos acontecimentos, em especial
o massacre de milhares de chineses por tropas japonesas quando da tomada da
capital da China em 1937 pelo Japão, evento não totalmente reconhecido pelo
Japão.
De todo modo, o governador de Tóquio anunciou sua
renúncia esta semana, mas o conflito entre os países continua. O patrulhamento
marítimo chinês na área aumentou e retaliações por parte da China ainda não estão
descartadas.
Nesta semana o Japão conheceu o seu novo (velho) primeiro-ministro, Shinzo Abe, do Partido Liberal-Democrata, de tendência mais conservadora...
ResponderExcluirA dança das cadeiras no Parlamento nipônico deve-se sobremaneira ao baixo crescimento econômico, que não decola há anos, agravado pelo trio terremoto-tsunami-acidente nuclear do ano passado...
O Partido Democrático, do então Primeiro-Ministro Yoshihiko Noda, sofreu duro golpe, com redução considerável da sua participação no Parlamento em 2013... Mais uma vez (como quase sempre), a culpa é da economia, estúpido...
Fato é que o mercado aplaudiu a escolha de Abe, visto que ele prometeu maiores investimentos em obras (apesar do endividamento do Japão superar a marca de 200% de seu PIB), incentivar as exportações combatendo a valorização do iene e a deflação persistente.
Entretanto, sob a ótica internacional, o triunfo de Abe soa como sinal de alerta, visto ter ele afirmado inúmeras vezes que rejeita qualquer negociação sobre a soberania do pequeno arquipélago Senkaku/Diaoyu.
A sua postura mais rígida a respeito desse delicado assunto já fez Pequim se manifestar, em posicionamento contrário e sutilmente ameaçador.
Há também Taiwan na história, que, dois meses atrás, encontrou-se em uma inusitada batalha de jatos d'água com barcos pesqueiros japoneses, o que poderia motivar, segundo a revista Veja, a primeira guerra entre duas democracias na história da humanidade...
Lógico que o que mais preocupa diz respeito a um recrudescimento das relações diplomáticas entre duas potências econômicas e políticas: China e Japão. A primeira, com poderio bélico em expansão em ritmo exponencial (como tudo lá), e a segunda, com larga tradição em invadir e conquistar territórios vizinhos, conduta que fez dos chineses rancorosos em relação à terra do sol nascente até os dias atuais... E olha que já se vão quase 70 anos...
Não pretendo assustar ninguém, nem fazer profecias catastróficas, mas, não custa a ONU passar a dar uma atenção especial à região do leste da Ásia... Especialmente se vier a ser confirmada a existência de riquezas minerais nessa conturbada região...