"Eu não seria tão contundente. A analisar pela
extensa lista de conflitos durante os períodos das duas grande guerras é de se
admitir que a ordem internacional falhou como sistema de Direito e também não
alcançou a Paz nem a Segurança internacional.
Entretanto, entendo que tal assertiva merece
ser relativizada. Parto da ideia de que “A
guerra foi uma constante de todas as civilizações (Antonio de Almeida Santos, in “Que Nova Ordem
Mundial?”, pag. 172)”.
A partir de um desenho do direito internacional
no tempo há quem diga que este mesmo direito, tal qual compreendido
hodiernamente, teve origem com a adoção do sistema da paz de Vestfalia (1648),
com o fim da guerra dos trinta anos (1618-1648).
De toda sorte, tanto a Liga das Nações (1919 –
extinta em 1946) e, posteriormente, a ONU (1945), na busca da paz mundial não
atuaram senão de acordo com os interesses dos poucos países vencedores das
respectivas guerras, que se reuniram para a celebração do “acordo de paz e
preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra”.
Digo isto porque a criação de organismos
internacionais tendentes a findar a beligerância ao redor do globo, por si, não
resolveu nem resolverá qualquer problema de maneira efetiva. Deve haver a maior
participação possível dos Estados nos principais fóruns de discussão sobre a
tão buscada paz mundial, e, alem disso, não alcançaremos melhores resultados
(ou seja, a extensa lista tende a não diminuir de tamanho) enquanto meia dúzia
de países continuam a ditar as regras para os demais, que são de igual forma
interessados (exceções existem) na paz entre as nações.
A ONU pode pouco. Já não soa como novidade o
reclamo mundo a fora pela sua
reforma, em especial do seu principal órgão no que diz respeito ao assunto GUERRA,
o Conselho de Segurança.
“Se o
Conselho de Segurança da ONU quer ter um papel no futuro do nosso mundo, que se
tornou policentrico, ele precisa gerar meios de legitima-se aos olhos do
conjunto dos Estados. Deve particularmente ter em conta a importância dos
países emergentes e representa-los melhor” (Jonas
Gahr Store, in Le Monde Diplomatique Brasil – setembro 2012, pag. 11)
Há quem diga que o futuro (longínquo, admito) nos
reserva uma governança global, atuante em todas as frentes, inclusive pela
busca da paz mundial. E que tal se dará com a globalização econômica (em pleno
vigor), política e social.
Enfim, estas são minhas breves considerações,
conquanto não se pretendesse esgotar o assunto proposto, que, diga-se de
passagem, afigura-se muito mais complexo."
*Sandro
Augusto Santos Silva é especialista em Direito Internacional, pela COGEAE-PUC/SP
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