Vamos falar um pouco das das relações internacionais e se possível destacar algumas idéias e acomodá-las aos acontecimentos internacionais.
Justificamos esta preocupação com a teoria porque ela fundamenta e direciona a nossa visão. O estudioso que não se posiciona ou não procura se posicionar, quanto a explicação sobre o mundo internacional, terá dificuldade para observar de forma objetiva os acontecimentos.
O Realismo e alguns de seus principais defensores - Raymond Aron; Edward Hallett Carr, Henry Kissinger, Hans Morgenthau ( não se esgota nestes nomes).
Para estes, de forma geral, o sistema internacional é tomado com base na distribuição do poder entre os Estados (política do poder). Vemos que os casos que são noticiados no jornal e que já tivemos oportunidade de comentar em postagem anteriores, podem ser analisados a partir de um estudo mais aprofundado da teoria sobre as relações internacionais. Sobre, por exemplo, o exercício do poder e o estabelecimento de regras de direito, ou de um sistema internacional.
Destacamos, em princípio, Raymond Aron (1905/1983). Judeu francês. Um dos seus escritos mais importantes é: "Paz e guerra entre as nações."
Observava que as relações internacionais eram, em alguns aspectos, uma luta pelo poder entre os Estados, embora o conceito de poder fosse um conceito nebuloso, impreciso.
Boa parte dos estudos de Aron baseiam-se num raciocínio sobre a GUERRA, partindo de Clausewitz e da definição deste "A guerra é um ato de violência destinado a obrigar o adversário a realizar a nossa vontade".
A guerra é um jogo, que exige um cálculo de risco; a guerra é um meio sério de se atingir um objetivo sério; a guerra é um ato político, surge de uma situação política e resulta de uma razão política.
Aron faz diferença entre "estratégia" e "diplomacia".
"Chamemos de estratégia o comportamento relacionado com o conjunto de operações militares e de diplomacia a condução do intercâmbio com outras unidades políticas. Tanto a estratégia quanto a diplomacia estarão subordinados à política, isto é, à concepção que a coletividade, ou aqueles que assumem a responsabilidade pela vida coletiva, fazem do 'interesse nacional'" (Paz e guerra entre as nações, Imprensa Oficial do Estado, Editora universidade de Brasília, 2002,p.72).
A estratégia militar e as relações diplomáticas estão subordinados à política e esta ao interesse nacional. Todavia, embora realmente a política seja o gestor da estratégia e da diplomacia, é fato que nem sempre ela vem informada pelo 'interesse nacional', senão que por vezes, e/ou grande parte das vezes tal interesse está subordinação às pessoas e suas pretensões, ou a grupos, que buscam o domínio, como objetivo de promoção e de conquista.
O pensamento de Aron, entretanto, necessita ser melhor conhecido, sobre a questão da guerra e da paz, e a aplicação deste no mundo de hoje. Não quero torna este meio de comunicação cansativo. Não faremos teoria. O que quero é pensar e receber a influência, se possível, dos diversos pensamentos ou idéias sobre o assunto. Afinal a paz e a guerra é o binômio do mundo no passado antigo e próximo e continua a sê-lo na vida atual.
Não se trata de matéria atinente aos grandes pensadores e planejadores, mas de matéria comum aos seres humanos, do mais simples ao mais graduado, e por consequência da própria forma de ser de uma nação, da personalidade internacional do Estado. Na vida individual ou coletiva somos educados para viver em paz e/ou para viver em guerra (a vida é uma luta).
A política é expressão, de algum modo, também dessas vidas (pessoal e coletiva) e os interesses pessoais eventualmente dominantes, transformam-se em interesses nacionais. Ainda assim, é possível tirar alguma teoria ou algum caminho cientificamente estabelecido em torno da guerra e da paz e do próprio ser humano? Vamos tomar folego e pensar.
Carlos Roberto Husek
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